terça-feira, 13 de novembro de 2012

A polícia é que dá mole para os ladrões


Com um título desses “Brasileiros dão moleza para os ladrões”, fiz careta assim que li. Que história é essa de que nós damos moleza para os ladrões?! A polícia é que dá mole para os ladrões, o Governo é que não cumpre seu papel direito. Daí sobra pros jornalistas escreverem que os cidadãos estão dando mole pros ladrões. Ah, tenha santa paciência! Deveria haver segurança pública e tranquilidade nas ruas. Deveríamos andar sem bolsas ou mochilas: celular no bolso e carteira na mão. Era assim que ia fazer compras em Santiago de Compostela.

Aí só porque citei uma cidade da Europa, já vem gente dizer que não posso comparar, porque são mundos diferentes, culturas diferentes, bla bla bla. É lógico que são diferentes; o que não me impede, o que não NOS impede de nos compararmos a eles. Só porque somos diferentes vamos nivelar por baixo e nos comparar com cidades em que a criminalidade é lá em cima?! Não, senhor.

E mais, somos diferentes por um lado, mas por outro somos bem iguais: somos seres humanos, seres sociais – como defende Berger. Ao invés de cuidar cada vez mais da nossa individualidade, com fones de ouvido, tablets, ipads, ipods, notebooks e mais e mais coisas que estimulam a individualidade, deveríamos cuidar do coletivo, da coletividade.  Deveríamos falar mais do nosso, não do meu. Peço que o leitor não interprete que sou contra tecnologia, só acho que deve haver um EQUILÍBRIO.

Mas voltando ao tema, “não senhor”, como escrevi anteriormente. Não é a população que deve ter medo dos bandidos. São os bandidos que devem ter medo da população, porque a população é guardada por uma polícia eficaz, que evita os crimes, que os combate, que prende os ladrões – não somente os de galinha –, que protege a população. Por acaso não é esta a função da polícia? Proteger o Estado, preservar o bem estar social?! Do jeito que está hoje, essas palavras bonitas parecem até utopia. Mas não são, insisto que não.

E o Estado também deveria ser mais atuante, deveria punir os policiais corruptos, investir em educação, rever as políticas públicas e, acima de tudo, valorizar o cidadão, o todo – torno a falar –, o coletivo, o nosso.

Não culpo o jornalista, que escreveu tão bem, por sinal. Ele não tem culpa de nada, só está fazendo o papel que lhe cabe. Minha crítica vai bem além disso e vai no sentido de uma visão do todo, porque eu tenho esperança de que as coisas funcionem e funcionem bem. Onde?! Aqui mesmo, no Brasil.