quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"Eu vou pra ver Mariana..."

Chorei vendo fotos hoje de tanta saudade! ;D Fiz um álbum no facebook com o título "echo de menos". Echar de menos é uma locução verbal que significa sentir a falta de alguém, ou seja, ter saudade. É que a palavra saudade só existe no dicionário brasileiro. Bem, na verdade descobri que existe no dicionário gallego também... gallego é uma mistura de portugês com espanhol mesmo! :P (...) "Saudade inté que assim é bom", já diz a música de Luiz Gonzaga. ;D (...) Palavras são poucas agora, poucas mesmo... logo pra mim, que adoro escrever. Que ironia!

Trechos do e-mail que escrevi pra minha irmã em seu aniversário. Hoje (hoje no horário do Brasil. Aqui já passou de meia noite).

Falando em Luiz Gonzaga e falando em Mariana (sim, minha querida), um pouquinho do Rei do Baião pra vocês. Depois o povo diz que num gosta de forró. É porque desconhece o forró autêntico, só escuta os genéricos, eletrônicos, metalizados... tão em moda. Pra quem gostar, tem outra dele pela qual tenho apreço considerável: Karolina com k, vixe, boa demais! Preste atenção na contagem de Seu Luiz... rss. Ah, tem uma introdução nesse vídeo... lamento, só achei essa versão. E aqui a música que citei no e-mail, Qui nem jiló.

Um abraço e até o próximo post!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Papo cabeça

No último post eu falei da zeladora e do frentista, pois hoje foi a vez do garçom. Tive uma hora de intervalo entre uma aula e outra, à tarde. Passei na cantina pra comprar um pirulito (vontade terrível de comer doce!), acabei ficando por ali. Perguntadeira como eu... e olha como o assunto começou: o que é que mais se vende aqui? (...) Porque eu reparei que tem muita coisa de chocolate... De fato, além dos chocolates propriamente ditos, tem donuts de chocolate, palmera com cobertura de chocolate (um salgado típico), um outro salgado com recheio de chocolate e mais umas duas variedades com a guloseima.

Pergunta vai, pergunta vem, falamos de política, economia, história, sistema de saúde, Brasil, situação espanhola diante da crise, televisão espanhola, discriminação. Como se diz no meu saudoso Ceará: Pense! Por um momento pensei "Vixe, o garçom tá sabendo mais do que eu sobre o meu próprio país! Tenho que ler mais". E é isso aí. O garçom! Por que ele sabe tanto? Ele mesmo respondeu: porque ele estudou. Simples assim meus caros. Porque ele estudou. Olhaí a fórmula do sucesso na nossa cara, só a gente sem querer enxergar.

Depois ele confessou que estava muito atualizado sobre o Brasil porque há algumas semanas teve que ajudar a filha de oito anos a fazer um trabalho escolar sobre esse País. Mas não deixou a desejar nos outros assuntos. Temas atuais, retomadas históricas pra explicar o presente. Ele está bem de argumentação, não estudou só pra passar de ano. E continua estudando pelos jornais. Bom, isso é uma dedução minha pelo grau de atualidade que reparei. Tem opinião formada, é crítico. Só fico pensando: será que o Brasil chega lá? É bom ver que os outros são iguais a mim, essa história que já falei que aqui todo mundo tem vez. Imagina quando eu conhecer os países que não estão sofrendo com a crise? (Vai ser motivo de novas postagens) Ah, como me encanta essa igualdade social.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Futuro da nação (só isso!)

Oi, pessoal.

Semana passada aconteceram duas coisas que me chamaram atenção:
1) Lanchei na loja de conveniência de um posto de gasolina e descobri que o frentista tem carro.
2) A zeladora chegou à cafeteria da faculdade, pediu um café, pegou o jornal, sentou-se e tomou sua bebida enquanto lia.

Fatos simples e que poderiam passar despercebidos. Mas não a mim. Gente, eu estou na Espanha mas eu venho do Brasil. Quando é, no Brasil, que o frentista ia ter carro? Quando é, no Brasil, que a servente ia sentar nas mesmas mesas que os alunos? Nunca! Pelo menos não nos tempos atuais. Porém mudanças são sempre bem-vindas. É fato que pode ser duro no começo, no entanto mudança sempre tem um lado bom. Um no mínimo.
Mas voltando pra servente... gente, achei o máximo ver aquela mulher fazer aquilo! O que eu tenho a mais que aquela servente não tem? Nadinha. Ela é gente como eu. Mas só na Europa. No Brasil, fazemos questão de deixar o preconceito bem claro e reforçar a exclusão: há locais reservados para os funcionários. Ok, isso é também uma questão de organização. Ótimo.

Vamos então a uma comparação mais palpável. Universidade de Fortaleza (Unifor) e Universidade de Santiago de Compostela (USC), realidades que conheço de perto. É como se a Val, por exemplo, a vendedora da Top's, pedisse um café pra tomar enquanto lê o jornal e se sentasse no CC (Centro de convivência, é a praça de alimentação da Unifor) pra fazer isso. Primeiro que na Unifor não tem jornal em nenhuma das lanchonetes. Só o Jornal do Campus (que é interno), mas de 15 em 15 dias, conforme a periodicidade dele. Bom, isso é um costume daqui também, ter os jornais nas cafeterias. Mas voltando pra servente...

Eu gosto muito da Unifor, tem uma estrutura imensa, várias vezes vi os funcionários conversando nos banquinhos. Mas é que aqui, eles sentam onde a gente senta, cara! E isso é surreal e era pra ser assim em todos os lugares porque todos somos iguais. Comentei isso com um amigo brasileiro que já mora aqui a mais tempo e ele acrescentou: "E você pode sentar lá pra conversar sobre política com ela que ela vai conversar. E é feliz com a profissão que tem. Não quer mudar não".

É um padrão de vida diferente. É um modo de viver que valoriza cada pessoa. Você limpa os cômodos da faculdade?, pois você é igual a mim e faz o seu trabalho e tem os mesmos direitos que eu. Você não é menor ou pior do que eu. É igual. É por isso que comer fora é tão caro. Não só comer fora, mas tudo que leva o serviço, a mão de obra humana. Porque essa mão de obra é valorizada. Daí o consumidor tem que pagar por esse comodismo de ter alguém pra fazer por você.

Ai, gente, desculpa. Eu até tento fazer postes pequenos. Mas não dá! Eu quero escrever pra vocês verem como é aqui porque eu desejo muito que seja assim também no Brasil. E nós somos o futuro da nação. Aprendi isso com meu professor de história da 6ª série, Marcus Ponte. Nós somos o futuro da nação. Parece conversa fiada mas não é nem de longe! Nós somos o futuro da nação. Nós, que estamos estudando agora e seremos as autoridades do futuro. O chefe do hospital, o deputado, a promotora, o editor chefe, a executiva, o dono da fábrica, a professora. É, somos nós MESMO. E aí, que é que você tá fazendo pro futuro da nação? Tá estudando pelo menos, pra ser um profissional de vergonha, de respeito? Medíocres têm aos montes. Mas os que fazem a diferença, esses são poucos. Porém são os que põem pra frente, os que arriscam, os que trazem as mudanças, as inovações, os que não se deixam sucumbir...

Acabei nem falando do frentista. Mas vocês entenderam que a realidade aqui é diferente. Aqui cada um tem a sua vez. Por que não pode ser assim no Brasil? Eu vou fazer alguma coisa pra que a realidade mude. Eu vou fazer a diferença. E você? Essa situação nem te incomoda? Não é culpa sua, você foi criado assim, sem uma educação voltada pro coletivo. E não é algo que se mude da noite pro dia. Só te digo uma coisa: saia da sua zona de conforto individualista e trate de olhar pra quem está a sua volta. Você não é uma ilha. Tem gente passando fome do seu lado. Apelei? Exagerei? Tem servente deprimido com a merreca que ganha porque não sabe mais o que fazer pra não atrasar o aluguel do teu lado. E o que é que você tem a ver com isso? Você é o futuro da nação. Só isso.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Eleições no BR, sob a ótica de alguns jornais europeus

Rousseff, del Partido de los Trabajadores (PT) ha prometido "honrar" el trabajo de Lula, su mentor y su predecesor en el cargo, el presidente más popular de la historia de Brasil, el que ha conseguido colocarlo como octava potencia del mundo y sacar de la pobreza a millones de brasileños.
(El país, 31/10/10)


Rousseff se compromete a mantener el legado de Lula
(La Vanguardia, hoje)


Pays émergent doté de la huitième économie du monde, le Brésil reste aussi, par bien des aspects, une nation du tiers-monde. (...) En tout cas, Nicolas Sarkozy a été dimanche soir le premier chef d'Etat à féliciter "très chaleureusement" la nouvelle présidente en se réjouissant que la France et le Brésil soient des "partenaires privilégiés".
(Le monde, hoje)


Speaking after her historic election on Sunday night, Dilma Rousseff echoed US president Barack Obama's "Yes, we can" slogan, telling supporters: "Equal opportunities for men and women are an essential principle of democracy.
(The Guardian, hoje)



Em geral, há outras notícias sobre as eleições brasileiras, não somente uma falando do resultado. Nossa fama está bem por aqui. Oitava potência do mundo! Agora o Le Monde deu uma criticada na nossa educação. O título era "educação medíocre". Que bueno!, no? Não, nada de bom nisso. Mas já melhoramos bastante. Vamos aí com 4 anos rumo a mais melhoras!