segunda-feira, 8 de abril de 2013

Valeu a pena? O quê?

Vídeo para ver, rever e, em seguida, agir. De preferência, “faça o melhor que você puder”, como conclui Ana Cláudia Arantes, geriatra especialista em cuidados paliativos. Seguem alguns comentários dela sobre o livro da enfermeira estadunidense que reuniu os cinco maiores arrependimentos de pacientes terminais:

“Essa é uma das coisas mais bonitas que acontece no fim da vida. A gente perde a nossa capacidade de fingir. (...) Por mais terrível que seja a pessoa, no fim da vida, ela começa a manifestar o que ela tem de bom por dentro. E esse bom por dentro é demonstrar afeto.

Esses cinco arrependimentos são o grande paradigma de um ser humano. Essas escolhas que ele vai fazendo durante a vida que, em algum momento, ele vai ter que parar e olhar pra trás e ver se valeu a pena”.





E aí, vai ficar parado, esperando TUA vida passar?

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Teresa


    - Teresa?!
    Escuto lá de baixo. De um primeiro andar, tudo se escuta.
    A voz insiste.
    - Teresa?
    É uma voz de quem chama. Chama por Teresa. Quem será Teresa? Será que ela mora no prédio? Será que ela mora pelo menos nessa rua? Deve ser um bêbado. Nem vou olhar pela janela. É mesmo, a janela. Melhor fechar a janela. Fecho.
    Mas o homem, insistente, continua chamando pela bendita Teresa. E ainda assobia em som de “fio-fio” para a procurada moça. Me impaciento, me levanto. Espreito pela porta da varanda, que estava aberta. Ele me vê. Fico com medo. Droga!, ele me viu. Fecho a cortina da janela que já havia fechado, fecho a porta da varanda, a janela e as cortinas da sala também.
    Ai, meu Deus. Ele está buzinando na campainha de alguém do prédio. Deve mesmo estar bêbado. Será que é um ladrão? A essa altura, os sinais de alerta em meu corpo já estão quase todos ativados. O texto que eu estava escrevendo, antes de perder a concentração, foi definitivamente para o brejo quando o cidadão começou a gritar.
    Da cozinha, às escuras, escuto o portão se abrindo. Alguém o abriu, autorizando assim a passagem do buscador da Teresa. Maldita Teresa que me deixou com medo do homem! A cozinha tem uma janela alta. Pelas frestas, vejo as luzes do corredor se acenderem. Em seguida os sons dos passos, e se aproximam. Tensa, estou muito tensa. Até que minha vizinha de parede abre a porta e, suponho, recepciona o cidadão.
    Aliviada, acabei de descobrir que minha vizinha se chama Teresa.