segunda-feira, 25 de junho de 2018

Sementes do Batuque 2018

Quero guardar esse momento, com suas músicas de samba de roda, as palmas, o puxador, o coro, os sons dos pés arrastando no chão, os gritos felizes, as gargalhadas e também os sons dos tambores e dos pandeiros.

Foto: Paulo Sousa

20 pessoas? 30, 40... Uns na roda de samba, outros na piscina, uns ao redor dela. Outros conversando espalhados pela casa e eu aqui escrevendo, guardando essa vivência nesse gesto milenar de registrar com grafismos.

Mestre Messias, Mestre Simpatia, Mestre Lula, Mestra Carla, Mestra Janaína, Mestre Magnata, Mestra Paula Zumba; Mestre Paiacã esteve conosco também. E alguns contramestres, professores, instrutores e alunos de capoeira.


Foto: Paulo Sousa

E as luzes reluzindo na água da piscina, do meu lado.

Duas crianças perto da dúzia (ou mais) de tambores. Um tocando, o menor, batendo no djembe. O maior, oito anos, no máximo, já batucou no pandeiro e em três tambores, pelo menos, que minha vista deu de conta.

Estar aqui vivendo tudo isso é maravilhoso! Maravilhoso, impagável, libertador, engrandecedor. É um momento de me encontrar com o que tem de melhor dentro de mim, me encontrar com os meus, com outros caminhantes que trilham por caminhos que também trilho, que quero trilhar, que escolho trilhar. Faltam palavras pra falar de tudo isso. Mesmo faltando, quero escrever sobre isso, registrar minimamente. Sou eu, faz parte de mim esse negócio de juntar as coisas vividas com a palavra escrita.

Oficina de jongo com Mestre Messias Freitas. Foto: Paulo Sousa

Pois bem, cá estou. E ninguém me julga por eu estar um pouco afastada, fazendo algo diferente de todos. Ninguém vem até mim me sugerir/mandar me juntar ao grupo. Tá tudo certo. Cada um curte ao seu modo e tá tudo certo. Isso é lindo!

Outra coisa que chama minha atenção demais: aqui não se usa CD, pen drive, computador, músicas no tablete. Aqui as músicas são todas ao vivo. O pessoal se revezando livremente nos pandeiros e nos tambores, puxando os cantos, respondendo e batendo palma. Da mesma forma, sambando livremente. 
Pra onde quiserem, levam os instrumentos e fazem a festa.

Oficina de produção de música com Mestre Ricardo Nascimento. Foto: Paulo Sousa

Isso tudo tem uma energia, uma força, uma plenitude!!! 
Ahh... coração leve, grato e feliz de estar aqui. Quero mais disso!
Viva a ancestralidade! Viva a capoeira! Viva a dança! Viva quem veio antes de mim tornando tudo isso possível.

Gratidão! Foto: Paulo Sousa


Marília Pedroza
Sítio Recanto das Palmeiras, Caucaia, Ceará, 16 de junho de 2018
Sementes do Batuque 2018

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