terça-feira, 16 de novembro de 2010

Papo cabeça

No último post eu falei da zeladora e do frentista, pois hoje foi a vez do garçom. Tive uma hora de intervalo entre uma aula e outra, à tarde. Passei na cantina pra comprar um pirulito (vontade terrível de comer doce!), acabei ficando por ali. Perguntadeira como eu... e olha como o assunto começou: o que é que mais se vende aqui? (...) Porque eu reparei que tem muita coisa de chocolate... De fato, além dos chocolates propriamente ditos, tem donuts de chocolate, palmera com cobertura de chocolate (um salgado típico), um outro salgado com recheio de chocolate e mais umas duas variedades com a guloseima.

Pergunta vai, pergunta vem, falamos de política, economia, história, sistema de saúde, Brasil, situação espanhola diante da crise, televisão espanhola, discriminação. Como se diz no meu saudoso Ceará: Pense! Por um momento pensei "Vixe, o garçom tá sabendo mais do que eu sobre o meu próprio país! Tenho que ler mais". E é isso aí. O garçom! Por que ele sabe tanto? Ele mesmo respondeu: porque ele estudou. Simples assim meus caros. Porque ele estudou. Olhaí a fórmula do sucesso na nossa cara, só a gente sem querer enxergar.

Depois ele confessou que estava muito atualizado sobre o Brasil porque há algumas semanas teve que ajudar a filha de oito anos a fazer um trabalho escolar sobre esse País. Mas não deixou a desejar nos outros assuntos. Temas atuais, retomadas históricas pra explicar o presente. Ele está bem de argumentação, não estudou só pra passar de ano. E continua estudando pelos jornais. Bom, isso é uma dedução minha pelo grau de atualidade que reparei. Tem opinião formada, é crítico. Só fico pensando: será que o Brasil chega lá? É bom ver que os outros são iguais a mim, essa história que já falei que aqui todo mundo tem vez. Imagina quando eu conhecer os países que não estão sofrendo com a crise? (Vai ser motivo de novas postagens) Ah, como me encanta essa igualdade social.

3 comentários:

  1. É Marília,
    "Não basta passar de ano, temos que passar de padrão intelectual".
    É isso que o mercado de trabalho e a vida vão nos cobrar.
    Você está conseguindo fazer uma boa leitura da situação de lá X situação de cá.
    Parabéns

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  2. O pior é que a solução "estudar" é tão obvia, mas ao mesmo tempo tão cara que acho q nossos adorados políticos não tem verdadeiramente interesse em mudar a situação. Pra ter uma idéia qdo estive no Chile aconteceu algo parecido com isso, só q foi com um motorista de ônibus. Olhai o Chile aqui bem pertinho, um sulamericano como nós, isso prova que tem jeito, basta querer.

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  3. O pior é a imagem que passamos para essas pessoas, quando elas veem qe sabem mais do nosso país do que nós mesmos...

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