sábado, 7 de maio de 2011

Como é grande o poder da natureza

Ontem fiz uma postagem só em espanhol e pra compensar trago agora uma só em português.

Sou do Crato (cidade cearense que fica a cerca de 540km de Fortaleza), mas moro na capital há 15, 16 anos. Tínhamos uma casa aí, onde morávamos, e uma na primeira cidade, onde passamos as férias com o resto da família. Várias vezes fiz o trecho Crato - Fortaleza e Fortaleza - Crato de carro com meus pais e irmãos. Varia de 6 a 7 horas de viagem (8h se for de ônibus).

Pra passar o tempo, ouvíamos música, cantávamos, conversávamos, comíamos, dormíamos. Só painho não dormia, já que ele ia dirigindo. Numa viagem ou outra ele reparava naquelas nuvens de chuva (em biologês, nimbos) e recitava essa estrofe que sabe de memória:

DOS DRAMÁTICOS FENÔMENOS DA NATURA
O QUE MAIS ME COMOVEU DE TODOS OS FATOS
FOI VER NIMBOS PERTINHO DE ESTRATOS
A DEZOITO QUILÔMETROS DE ALTURA
EU NÃO SEI COMO A ÁGUA SE SEGURA
NUMA NUVEM QUE VIVE SEM FIRMEZA
MISTURANDO QUENTURA COM FRIEZA
O RELÂMPAGO NA HORA EM QUE APARECE
RASGA A TELA DA NUVEM E A ÁGUA DESCE
COMO É GRANDE O PODER DA NATUREZA

Lembrei dela por esses dias quando vi uma dessas nuvens de chuva tão comuns aqui em Santiago de Compostela. Procurei na internet, mas não achei um trecho sequer dessa linda rima que exalta a natureza. Escrevi a painho perguntando pela poesia dos nimbos e estratos. E quando a li bastou chegar na metade pra chorar. Ei, ei, já dizia Patativa do Assaré:

"Saudade dentro do peito
É qual fogo de monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo".
(Primeira estrofe da poesia Saudade, de Antônio Gonçalvez da Silva, o Patativa de Assaré).

E com uma lembrança dessas, já viu, né...

Fico de escutar em casa, no Crato, o CD dos cantadores de viola que trecitam essa poesia e colocá-la aqui completa e com o autor pra vocês.


Até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário