quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Eu não preciso disso...

Me desculpem todos os meus colegas jornalistas. Mas há uma defasagem, sim. Precisamos de uma mudança pra ontem. E daí que vamos pra uma redação? Só por isso a nossa única habilidade é escrever?

Como uma repórter trabalhando numa redação, não precisarei tratar as imagens no Photoshop. Nem precisarei dominar Corel draw ou Adobe ilustrator para criar charges, logos ou ilustrações pro jornal, porque tem um artefinalista, ilustrador ou diagramador ali pra fazer isso. Uma equipe, na verdade. Não precisamos, mas aprendemos a mexer nesses programas. É cadeira obrigatória inclusive. Em 2008.1 tive aulas  com noções de Photoshop, Corel e InDesign e uso os três até hoje.

Por que não incluir um programa de edição de vídeo, um de construção de sites? Escrever bem é somente um dos atributos do bom jornalista. No momento de convergência midiática que estamos vivendo, não dominar essas tecnologias é uma incoerência. É uma limitação enorme pensar que não preciso aprender porque não usarei, porque alguém fará por mim. Ora, 10 anos atrás eu estava criando minha primeira conta de e-mail. Hoje acesso a Internet do celular, falo com pessoas e leio notícias de outros países, recebo propagandas de acordo com minhas preferências, posto um vídeo que em menos de 24h pode virar uma febre e tantas outras POSSIBILIDADES.

Mudou muito!
Aí vamos nós continuar como estamos? Pô... não dá! História não é só guerra e morte. História é agora e quem faz a História sou eu e você. Somos nós. Nós que nos adaptamos ao celular a ponto de não conseguir mais viver sem ele. Nós que aceitamos, gostamos, compramos e usamos o computador, o notebook, o netbook, a tablet, o ipad e várias outras novas tecnologias.

Há 10 anos eu não sabia que hoje estaria assim. E daqui a mais 10 anos, como estará?

O repórter que escreve pro caderno Regional do Diário do Nordeste, que tá lá em Juazeiro do Norte, escreve e faz as fotos. Alguns dos repórteres que escrevem pro Diário do Nordeste aqui mesmo em Fortaleza, escrevem e postam vídeos no portal. Vídeos editados por eles mesmo. Os correspondentes internacionais da Globo produzem, escrevem, gravam, editam e mandam o material prontinho pra cá. E às vezes a superequipe que faz isso é composta por um cinegrafista e um repórter. E aí, quem dá de conta da edição de vídeo? Você não fez essa cadeira na faculdade, né...

Que pensamento mais limitador! Temos que aprender sim, um pouco de tudo. Não preciso ser uma expert, mas ter noções para caso seja necessário, para poder me comunicar com os desenvolvedores. Se fosse pra seguir com esse pensamento limitado, então eu deveria questionar por que temos a disciplina Fotografia I e Fotojornalismo. É pra me dar noções, porque eu preciso delas. Do mesmo jeito que preciso de noções de edição de vídeo, de construção de sites, de design gráfico. Quem sente afinidade se aprofunda depois, compra uma câmera profissional, segue seu rumo.

Mas fala sério, ficar pensando que não preciso porque alguém fará por mim... Vai nessa. Aí teu mecânico vai te enrolar porque ele vai trocar a vela do motor do teu carro que queimou (peço uma licença poética pra escrever em Cearês) e tu nem vai saber que ele trocou por uma usada, porque tu não conhece, nem sabia que motor tinha vela. Depois ainda coloca a culpa no brasileiro, que é assim, que é assado. Mas tu não pode falar nada, porque tu também não conhece.

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